Inglaterra - o rei do sul
História Geral
Revoluções Inglesas que levaram à crise do absolutismo: Monarquia X Parlamentarismo
O Império Britânico e seu fortalecimento
Entendendo o Império Britânico
O Império Britânico e o Comércio Internacional – os EUA
Por que o império britânico representa o barro na estátua de Daniel 2
A CRISE DO ABSOLUTISMO: MONARQUIA X PARLAMENTO
Como a Inglaterra se tornou o primeiro Império Capitalista da História:
A Revolução Inglesa ou “Revolução Puritana”
O confronto entre a Monarquia e o Parlamento, agravado pelas divergências religiosas, levou ao conflito armado: teve início a guerra civil (1642-1649) – também chamada “Revolução Puritana” – envolvendo os “Cavaleiros, partidários do Rei e os “Cabeças Redondas”, defensores do Parlamento. Os realistas eram principalmente anglicanos e católicos e seus adversários eram puritanos” (calvinistas) moderados e radicais defensores dos direitos à propriedade e sua livre exploração. Entretanto, os dois grupos pertenciam basicamente às mesmas classes sociais, de proprietários de terras: a alta nobreza, a gentry e a burguesia.
A Revolução Gloriosa de 1666/1689 – A Vitória do Parlamento
A restauração no trono da Inglaterra dos Stuarts (Carlos II e Jaime II) não significou a volta ao absolutismo e sim a afirmação do Parlamento como a principal força política da nação.
Carlos II (1660-1685) submeteu-se às limitações do poder real impostas pelo Parlamento, com o qual conviveu em harmonia até quase o final de seu governo. Em 1679, votou-se a importante lei do “Hábeas Corpus” (hoje adotada por todos os países democráticos), que protegia o cidadão das prisões e detenções arbitrárias, constituindo valioso instrumento de garantia à liberdade individual.
Seu sucessor Jaime II (1685 -1688) pretendeu restabelecer o Catolicismo, contra os interesses da maioria protestante, desafiando o Parlamento. Foi deposto por um golpe de Estado, na “Revolução Gloriosa” (1688-1689), assim chamada porque ocorreu sem os derramamentos de sangue e sem os radicalismos da Revolução Puritana, da qual pode ser considerada um complemento.
A Coroa foi entregue ao príncipe holandês e protestante, Guilherme de Orange, genro de Jaime II. Em 1689, o Parlamento aprovou e o Rei sancionou o “Bill of Rights” ou “Declaração de Direitos”. Essa lei limitou a autoridade do monarca, deu garantias ao Parlamento e assegurou os direitos civis e as liberdades individuais de todos os cidadãos ingleses.
A Declaração de Direitos
“A Declaração de Direitos redigida pelo Parlamento em 1689, é precedida de um longo preâmbulo que expõe as violações das leis e costumes do Reino da Inglaterra por Jaime II e relembra as condições da subida ao trono de Guilherme de Orange. A Declaração expõe em seguida os direitos e liberdades do povo inglês.
Eis alguns artigos:
Art 1o. Que o pretenso poder de suspender a execução das leis pela autoridade real, sem o consentimento do Parlamento, é contrário às leis.
Art. 4o. Que toda a retirada de dinheiro para uso da Coroa, sob pretexto da prerrogativa real, sem que tenha sido estipulada pelo Parlamento, ou por tempo mais longo ou de outro modo com que tenha sido concedida, é contrária às leis.
Art. 6o. Que criar e manter um exército no Reino em tempo de paz sem o consentimento do Parlamento, é contrário às leis.
Art. 8o. Que as eleições dos deputados ao Parlamento devem ser livres.
Art 9o. Que os discursos feitos nos debates no Parlamento não devem ser examinados em nenhuma Corte nem em outro lugar a não ser no próprio Parlamento.
A Guerra Civil e a Revolução Gloriosa consolidaram, na Inglaterra, o sistema monárquico-parlamentar vigente até nossos dias. 0 predomínio da gentry e da burguesia mercantil, no Parlamento, criou as condições necessárias ao avanço da industrialização e do capitalismo, no decorrer dos séculos XVIII e XIX.
A Revolução Industrial
A Revolução Industrial aconteceu na Inglaterra na segunda metade do século XVIII e encerrou a transição entre feudalismo e capitalismo, a fase de acumulação primitiva de capitais e de preponderância do capital mercantil sobre a produção. Completou ainda o movimento da revolução burguesa iniciada na Inglaterra no século XVII.
Etapas da industrialização
1760 a 1850 – A Revolução se restringe à Inglaterra, a “oficina do mundo”. Preponderam a produção de bens de consumo, especialmente têxteis, e a energia a vapor.
1850 a 1900 – A Revolução espalha-se por Europa, América e Ásia: Bélgica, França, Alemanha, Estados Unidos, Itália, Japão, Rússia. Cresce a concorrência, a indústria de bens de produção se desenvolve, as ferrovias se expandem; surgem novas formas de energia, como a hidrelétrica e a derivada do petróleo. O transporte também se revoluciona, com a invenção da locomotiva e do barco a vapor.
1900 até hoje – Surgem conglomerados industriais e multinacionais. A produção se automatiza; surge a produção em série; e explode a sociedade de consumo de massas, com a expansão dos meios de comunicação. Avançam a indústria química e eletrônica, a engenharia genética, a robótica.
O pioneirismo inglês
Quatro elementos essenciais concorreram para a industrialização: capital, recursos naturais, mercado, transformação agrária.
Na base do processo, está a Revolução Inglesa do século XVII. Depois de vencer a monarquia, a burguesia conquistou os mercados mundiais e transformou a estrutura agrária. Os ingleses avançaram sobre esses mercados por meios pacíficos ou militares. A hegemonia naval lhes dava o controle dos mares. Era o mercado que comandava o ritmo da produção, ao contrário do que aconteceria depois, nos países já industrializados, quando a produção criaria seu próprio mercado.
Até a segunda metade do século XVIII, a grande indústria inglesa era a tecelagem de lã. Mas a primeira a mecanizar-se foi a do algodão, feito com matéria-prima colonial (Estados Unidos, Índia e Brasil). Tecido leve, ajustava-se aos mercados tropicais; 90% da produção ia para o exterior e isto representava metade de toda a exportação inglesa, portanto é possível perceber o papel determinante do mercado externo, principalmente colonial, na arrancada industrial da Inglaterra. As colônias contribuíam com matéria-prima, capitais e consumo.
Os capitais também vinham do tráfico de escravos e do comércio com metrópoles colonialistas, como Portugal. Provavelmente, metade do ouro brasileiro acabou no Banco da Inglaterra e financiou estradas, portos, canais. A disponibilidade de capital, associada a um sistema bancário eficiente, com mais de quatrocentos bancos em 1790, explica a baixa taxa de juros; isto é, havia dinheiro barato para os empresários.
Depois de capital, recursos naturais e mercado, vamos ao quarto elemento essencial à industrialização, a transformação na estrutura agrária após a Revolução Inglesa. Com a gentry no poder, dispararam os cercamentos, autorizados pelo Parlamento. A divisão das terras coletivas beneficiou os grandes proprietários. As terras dos camponeses, os yeomen, foram reunidas num só lugar e eram tão poucas que não lhes garantiam a sobrevivência: eles se transformaram em proletários rurais; deixaram de ser ao mesmo tempo agricultores e artesãos.
Duas conseqüências se destacam: 1) diminuiu a oferta de trabalhadores na indústria doméstica rural, no momento em que ganhava impulso 0 mercado, tornando-se indispensável adotar nova forma de produção capaz de satisfazê-lo; 2) a proletarização abriu espaço para o investimento de capital na agricultura, do que resultaram a especialização da produção, o avanço técnico e o crescimento da produtividade.
A população cresceu, o mercado consumidor também; e sobrou mão-de-obra para os centros industriais.
Fonte: http://www.acervosaber.com.br/trabalhos/historia_geral1/revolucao_inglesa_2.php?target=_blank
O Império Britânico a fortalecer-se já no século XVI
Foi o maior império descontinuo da história. Já no século 16, conquista a Irlanda, formando seus primeiros embriões. Mas foi só nos séculos 18 e 19 que os britânicos se consolidaram como grande império, ao dominar parte do continente africano e países como Índia, Austrália e Canadá. “Havia uma frase que dizia: ‘O sol nunca se põe no império britânico”, porque ele se espalhou por todo o mundo”, comenta Pedro Funari. As principais características foram as suas bases na marinha e no domínio econômico sobre suas colônias, que produziam matéria-prima para a Inglaterra e consumiam seus produtos industrializados. “Era um império capitalista, enquanto o romano era escravista, e o russo, de servidão feudal”, destaca o professor. O desenvolvimento da indústria no país foi o fator chave que permitiu um acúmulo de capital para investir em frotas marinhas e, com isso, conquistar suas colônias. Suas formas de controle também eram eficazes. “Eles fizeram alianças com elites locais, beneficiando-as, como, por exemplo, os marajás indianos”, explica Pedro. O fim pode ser datado a partir da independência da Índia, em 1947. “Foi o primeiro grande golpe contra a coroa, em que sua maior jóia foi perdida. As colônias na África também foram conquistando sua independência nos anos 50, e, já em 1970, a Inglaterra já não formava mais um império – embora ainda hoje englobe as comunidades britânicas de suas ex-colônias”, diz o professor.
Extraído do site:
http://revistaescola.abril.com.br/historia/fundamentos/quais-foram-tres-maiores-imperios-historia-481405.shtml
Entenda o Império Britânico
O Império Britânico (em inglês: British Empire) era um império composto por domínios, colônias, protetorados, mandatos e territórios governados ou administrados pelo Reino Unido. Originou-se com as colônias ultramarinas e entrepostos estabelecidos pela Inglaterra no final do século XVI e início do século XVII. No seu auge, foi o maior império da história e, por mais de um século, foi a principal potência mundial.[1] Em 1922 o Império Britânico dominava cerca de 458 milhões de pessoas, um quarto da população do mundo na época[2] e abrangeu mais de 33.700 mil km², quase um quarto da área total da Terra.[3][4] Como resultado, seu legado político, cultural e lingüístico é generalizado. No auge do seu poder, foi dito muitas vezes que “o sol nunca se põe no Império Britânico” devido à sua extensão ao redor do mundo garantir que o sol sempre estivesse brilhando em pelo menos um de seus inúmeros territórios.
Durante a Era dos Descobrimentos, nos séculos XV e XVI, Portugal e Espanha foram pioneiros na exploração européia do globo e no processo de estabelecimento dos grandes impérios ultramarinos. Os interesses pela grande riqueza desses impérios fez com que a Inglaterra, França e Holanda começassem a estabelecer colônias e suas próprias redes de comércio na América e na Ásia.[5] Uma série de guerras nos séculos XVII e XVIII com a Holanda e a França deixaram a Inglaterra (Grã-Bretanha, na seqüência do Tratado de União de 1707 com a Escócia) como a potência colonial dominante na América do Norte e na Índia. A perda das Treze Colônias na América do Norte em 1783 após uma guerra de independência privou a Grã-Bretanha de algumas de suas colônias mais antigas e mais populosas. A atenção britânica logo se voltou para África, Ásia e o Pacífico. Após a derrota da França Napoleônica em 1815, a Grã-Bretanha teve um século de domínio quase incontestado, e ampliou sua participação imperial em todo o globo. Crescentes graus de autonomia foram concedidas a suas colônias de colonos brancos, algumas das quais foram reclassificadas como domínios.
O crescimento da Alemanha e dos Estados Unidos tinham começado corroer a liderança econômica do Reino Unido no final do século XIX. Posteriormente as tensões militares e econômicas entre o Reino Unido e a Alemanha foram as principais causas da Primeira Guerra Mundial, durante a qual o Reino Unido dependia fortemente sobre o seu império. O conflito provocou um enorme esforço financeiro na Grã-Bretanha, e, embora o império tivesse alcançado a sua maior extensão territorial, imediatamente após a guerra, já não era um poder inigualável em aspectos industriais ou militares. Durante a Segunda Guerra Mundial, o Reino Unido viu as suas colônias no Sudeste da Ásia serem ocupadas pelo Japão, o que danificou o prestígio britânico e acelerou o declínio do Império, apesar da eventual vitória britânica e dos seus aliados. A Índia, bem mais valioso e populoso do Reino Unido, alcançou a independência dois anos após fim da guerra.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, como parte de um movimento maior de descolonização das potências européias, à maioria dos territórios do Império Britânico foi concedida a independência, terminando com a devolução de Hong Kong à República Popular da China em 1997. Quatorze territórios permaneceram sob soberania britânica, os territórios britânicos ultramarinos. Após a independência, muitas ex-colônias britânicas aderiram à Comunidade das Nações (ou Commonwealth), uma associação de estados independentes. Dezesseis países da Commonwealth compartilham seu chefe de Estado, a Rainha Elizabeth II, como Reinos da Commonwealth. (Fonte: Wkipédia)
Extraído do site: http://www.meionorte.com/josefortes/entenda-o-imperio-britanico-216381.html
O Império Britânico, o Comércio Internacional e os EUA
Dr. Aluísio Telles de Meirelles
Fonte: Manual do Executivo
Novo Brasil editora brasileira
ANTECIPANDO-SE em duas gerações ao Continente em suas explorações fabris, a Inglaterra conservou seu predomínio no comércio mundial durante o século XIX, a sua indústria acusando, em todos os seus setores, um pronunciado progresso.
Máquinas recém-inventadas elaboravam as matérias-primas que afluíam de Nova Orleans, de Bombaim e de Alexandria, confeccionando produtos a preços baixos que encontravam facilmente mercados para eles.
Manchester converteu-se em cidade industrial ou fabril de primeira ordem, juntando ainda a indústria do linho, as indústrias de seda, bordados e a fabricação de meias e tapetes.
A enorme riqueza das jazidas carboníferas deram tal amplitude à fabricação de artigos de metal que a Inglaterra tornou-se em pouco tempo a primeira oficina do mundo, seus artigos de cobre, ferro e aço dominando o mercado mundial até o princípio do século XX.
Estimulada pela nova política do governo, já não temendo a concorrência estrangeira, colhendo benéficos resultados da geral abertura dos países ao acesso britânico, a Inglaterra passou-se do sistema protecionalista ao livre câmbio, suprimindo gradativamente os impostos sobre a importação e abrindo os mercados nacionais e coloniais a todas as nações da terra, sob as mesmas, condições.
Assim, aniquilou a agricultura, convertendo-se em Estado puramente industrial. Nessa época, o Império Britânico ocupava quase uma quinta parte da superfície da terra.
Além disso, sua frota de guerra, dotada de uma grande superioridade sobre as demais, dominava os mares, mantendo sob sua direta inspeção as rotas mercantis de maior importância.
Como conseqüência, a língua inglesa impôs-se como língua comercial universal em todos os países da terra, seus cabos telegráficos enlaçando todas as regiões do mundo, a imprensa inglesa e o capital inglês mantendo os espíritos e as riquezas no séqüito da Inglaterra.
O começo do século XX trouxe para a hegemonia inglesa mercantil sinais de que sua supremacia começava a decair. Isso se deve ao fato de os países ultramarinos, que antes forneciam matérias-primas às fábricas inglesas começarem a elaborar os produtos em seus respectivos territórios e começar a diminuir a importação européia mediante a confecção de artigos por conta própria.
Por outro lado, as nações do Continente foram eliminando paulatinamente a intermediação mercantil inglesa, estendendo linhas marítimas independentes, podendo assim as mercadorias circular livremente entre o Continente europeu e as outras partes do mundo.
O antigo monopólio de Londres, mantido durante quase dois séculos ficou abalado, embora Londres continuasse como o primeiro porto do mundo, e a Inglaterra a primeira potência industrial da época.
Ao lado da Grã-Bretanha, entretanto, outros países se elevaram à categoria de Estados industriais de primeira ordem, destacando-se entre eles, de um modo cada vez mais ameaçador, a Alemanha.
* * *
Enquanto isso, na América do Norte realizavam no século XIX os Estados Unidos um avanço que fazia prever até onde poderia chegar essa jovem nação.
Caravanas incessantes de emigrados eram conduzidas pelos grandes transatlânticos para o outro lado do mar, dentro dos vastos âmbitos do país, cuja extensão enorme necessitava mesmo de muita gente.
Graças às excelentes vias fluviais e a uma rede
ferroviária estendida com enorme rapidez, territórios de extraordinária riqueza tornaram-se acessíveis; a agricultura, com seu sistema de plantações, a criação do gado, a produção de tesouros minerais, atividade industrial e o comércio avançaram a passos de gigante, desenvolvendo-se em pouco tempo uma zona econômica de capacidade produtiva ameaçadora para os países da Europa.
Assim, esse país alcançou um nível de independência que o possibilitou sacudir as cadeias que o prendiam econômica e politicamente em relação à Europa.
A agricultura constituiu a base desse grandioso poder, tornando-se a América o país exportador mais importante do mundo. O vale da Califórnia fornecia frutas frescas e secas e azeite, enquanto a criação de gado das bacias do Ohio e do Mississipi forneciam carnes e artigos derivados em grande escala para todos os países do mundo.
Também em colossal escala eram expedidas pela novel nação matérias-primas industriais indispensáveis à indústria. Os estados do Texas, Geórgia, Mississipi e outros abrangiam a primeira zona algodoeira do mundo. Suas colheitas eram únicas pela qualidade e pela quantidade e alcançaram quase o monopólio no comércio mundial.
Igualmente na exportação do petróleo conseguiram os norte-americanos uma situação invejável. Finalmente, figuravam também em primeiro lugar na produção mundial de cobre, juntando-se a isso a exportação de ouro e prata da Califórnia, Colorado e Nevada, a produção de ferro e hulha, de fumo e de madeira.
O sistema de importação sofreu uma transformação essencial onde antes predominavam os produtos industriais das grandes potências européias.
Em conseqüência da nova política comercial, operou-se uma contínua regressão no valor das importações para a maior parte dos artigos industriais europeus, sendo posto em prática um sistema aduaneiro protecionista até o exagero.
Graças a isso, o mercado interior ficou assegurado contra o perigo de uma invasão econômica, ficando estabelecidas as premissas para um magnífico progresso da indústria,
Mas a política americana não se limitou então a proteger o mercado nacional contra a inundação de produtos estrangeiros. Fez mais ainda. Procurou, por sua parte, penetrar no mercado mundial, disputando aos países europeus seus antigos mercados.
Assim, conseguiram um autêntico monopólio mercantil sobre o resto da América, conseguindo através de uma inteligente orientação, grande receptividade para os seus produtos.
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O século XX foi, para a Europa, a época da luta pela existência, travada entre regiões político-mercantis. A guerra de 1914-1918 caracterizou-se como uma guerra entre potências que aspiravam à hegemonia comercial.
Depois do tratado de paz iniciou-se um novo ressurgimento do tráfico mundial, porque a tremenda necessidade sentida pelos povos requeria, a todo custo, um amplo intercâmbio de produtos.
Passada, entretanto, essa angustiosa fase, a crise financeira de muitos países deixou enfraquecer de novo o tráfico que se tinha reanimado parcialmente.
A depreciação da moeda alemã trouxe como conseqüência, a paralisação do poder aquisitivo dessa nação e de sua indústria. Mas, também nos países de moeda firme, o comércio e a indústria acusaram sensível declínio, desde que não era possível encontrar compradores para os seus produtos, principalmente para as matérias-primas armazenadas em grande quantidade,
O Tratado de Paz trouxe desagradáveis conseqüências para vencedores e vencidos. A frota mercante mundial acusou por essa época um profundo deslocamento na sua distribuição. Apesar das suas consideráveis perdas na guerra mundial, os ingleses, pela entrega dos navios mercantes alemães e austríacos, e pelas construções dos seus arsenais, conservaram sua posição dominante com muitos milhões de toneladas de registro.
Os Estados Unidos igualmente aumentaram consideravelmente sua frota mercantil, quase igualando aos ingleses. Também o Japão realizou progressos consideráveis nesse setor, ocupando o terceiro lugar com a sua frota mercante.
Em quarto lugar veio a França, que conseguiu um considerável aumento de sua frota mercante pela entrega dos navios alemães. A Alemanha, que antes da guerra figurava em segundo lugar só aparece após a Suécia, Espanha, Dinamarca e Grécia.
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Depois de Napoleão, o século XIX gozou de um período de relativa paz, em todo o mundo civilizado manifestando-se uma febril atividade, como conseqüência da luta pela existência, entre as nações.
Motivou tal dinamismo a aplicação de notáveis inventos realizados por homens como Fulton, Stephenson e outros, que puseram a força do vapor ao serviço do trabalho.
Era a vitória da máquina sobre a mão do homem e, à medida que o tempo avançava, as atividades domésticas do pequeno artesão diminuíam diante da força crescente das fábricas, pois o trabalho à máquina permitia produzir artigos em quantidade ilimitada, trazendo como conseqüência, devido ao custo mais reduzido no sistema de grande indústria, preços mais baixos, sem quebra da qualidade dos produtos no mercado.
Também a química contribuiu por sua parte, para aperfeiçoar e baratear os artigos manufaturados, permitindo aos industriais de pequenos recursos fabricar produtos anteriormente muito custosos. Como conseqüência elevou-se consideravelmente a atividade comercial.
O crescimento da produção industrial exerceu, por sua vez, uma profunda influência sobre a atividade comercial. O fabuloso aumento das quantidades de mercadorias exigia uma progressiva ampliação e melhoria dos meios de transporte. Transportar grandes quantidades tornou-se a missão principal do tráfico moderno e como o homem e o vapor se puseram ao seu serviço, todas as dificuldades foram superadas.
Desde que Fulton com seu vapor de madeira, acionado por meio de rodas, atravessou o oceano Atlântico em trinta e cinco dias, com grande admiração dos seus contemporâneos, a construção naval realizou progressos extraordinários.
Logo, os grandes armadores, cientes da sua missão, forçaram as antigas sociedades de construção naval a dar um maior rendimento e aplicaram o ferro na construção dos grandes vapores. À medida que o vapor de carga e de passageiros ia tomando conta do tráfico transoceânico, maior era a concorrência que fazia à navegação à vela.
Energicamente sentiu o homem a necessidade da eliminação de todos os obstáculos que se opunham ao tráfico e, através de novas vias aquáticas artificiais, conseguiu abreviar as rotas da economia mundial.
O canal de Suez satisfez plenamente as aspirações dos séculos anteriores, devolvendo ao mar Mediterrâneo sua antiga influência comercial e trazendo grandes facilidades ao tráfico. A abertura do canal do Panamá trouxe igual influência sobre a navegação do antigo e do Novo Mundo.
O século XX trouxe ainda consigo, além da abertura de vias aquáticas artificiais, a construção de grandes vias terrestres. Desde a primeira ligação ferroviária entre Manchester e Liverpool em 1830, a estrada de ferro realizou enorme progresso, adquirindo vital importância para a ligação entre os centros produtores de matérias–primas e os de elaboração industrial das mesmas e para a compensação entre as zonas de abundância e as de escassez.
O extraordinário desenvolvimento dos Estados Unidos, a separação do Brasil da metrópole portuguesa, a emancipação das colônias espanholas da América, o florescimento das cidades sul-africanas, a descoberta das jazidas auríferas da Califórnia, a abertura dos portos, antes inacessíveis, do Extremo Oriente, tudo isso estimulou um movimento migratório de população sem paralelo na História.
As vias férreas, estendidas por todas as regiões da terra, criaram antes do aparecimento do avião, novos instrumentos para o comércio mundial.
Estraído do site: http://www.consciencia.org/o-imperio-britanico-e-o-comercio-internacional-os-estados-unidos
O Império Britânico, os EUA e sua gana imoral
Representante do “barro” nos pés da estátua de DANIEL 2 – confira o link: clique