Anos Bíblicos e anos Proféticos
O ano bíblico ou ano profético difere de nosso calendário ?
Reflexão:
Poderia o ano profético (ano bíblico) ser contabilizado na Escritura e na profecia sem que as 4 estações do ano (criadas e ordenadas por Deus) estivessem incompletas ?
Embora muitos cristãos entendam e defendam a teoria da existência de anos bíblicos ou anos proféticos contendo 360 dias exatos (não mais não menos); e assim o fazem, por basearem-se em Gêneses 7:11 e Gêneses 8:4, os quais relatam:
“No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia se romperam todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram,”
E: “E a arca repousou no sétimo mês, no dia dezessete do mês, sobre os montes de Ararate.”
E ambos versículos, no ano seiscentos da vida de Noé, contando-se do 17 do segundo mês ao 17 do sétimo mês contabilizam 150 dias tendo decorridos cinco meses completos.
E Gêneses 8:3 diz:
“E as águas iam-se escoando continuamente de sobre a terra, e ao fim de cento e cinqüenta dias minguaram.”
E, com base nessas afirmações e também no Apocalipse 12:6, quando são estabelecidos 1260 dias para a fuga da mulher ao deserto, fora da vista da serpente; e os 1260 dias (de Apocalipse 12:6) são contados também como sendo “um tempo, tempos e metade de um tempo”, ou seja, três anos e meio.
Como também no Apocalipse 11, o tempo de profecia das duas testemunhas se contam 1260 dias.
Então, muitos cristãos acreditam, por certo, pelo contexto dessas informações que a Escritura estabelece cada mês (de um ano bíblico e/ou anos em profecia) contendo exata e unicamente 30 dias completos (cada mês do ano na profecia contendo tão somente 30 dias exatos); assim, para eles, a Escritura é que define os meses de todos os anos a conterem-se 30 dias exatos (nem mais nem menos); assim, os anos bíblicos e proféticos (cada qual com 12 meses) se contariam todos com 360 dias.
Sendo assim, todas as profecias estabelecidas a se cumprirem (como por exemplo, as 70 semanas determinadas sobre Jerusalém e os judeus) teriam que ser contabilizadas “nesta exatidão” (isso conforme muitos estudiosos cristãos entendem).
Será mesmo isso assim?
Estaria isso correto?!
– Não! Não é assim! não está correto!
É um equívoco!
Pra começar, a Lei, a Lei dada aos judeus estabelece o calendário judaico em cada mês do ano inalteravelmente a se iniciar na lua nova e pela lua nova. Assim, os meses no calendário judaico – estabelecido pela lei – só se iniciam pelo ciclo da lua nova.
Diz assim Números 28:11-14:
“E nos princípios dos vossos meses oferecereis, em holocausto ao SENHOR, dois novilhos e um carneiro, sete cordeiros de um ano, sem defeito; E três décimas de flor de farinha misturada com azeite, em oferta de alimentos, para um novilho; e duas décimas de flor de farinha misturada com azeite, em oferta de alimentos, para um carneiro. E uma décima de flor de farinha misturada com azeite em oferta de alimentos, para um cordeiro; holocausto é de cheiro suave, oferta queimada ao SENHOR. E as suas libações serão a metade de um him de vinho para um novilho, e a terça parte de um him para um carneiro, e a quarta parte de um him para um cordeiro; este é o holocausto da lua nova de cada mês, segundo os meses do ano.”
Então, pela lei, todos os meses no calendário judaico só podem se iniciar pela lua nova, isso em cada mês de cada ano, por todos os anos. É o que a lei estabelece.
Em contrapartida, a mesma Lei (que define com precisão o início de cada mês pela lua nova) mas ela não estabelece quantos dias o ano deva ter.
Então, por exemplo, os meses judaicos se intercalam em 29 e 30 dias – isso porque as luas novas têm seu ciclo completo em 29 dias e meio. E como não se pode iniciar um novo dia, quando o dia atual ainda esteja em seu curso, ou na metade; porque também o dia pela lei só pode se iniciar ao pôr do sol (e no ocidente, os dias se iniciam à meia noite); então os meses judaicos se intercalam em 29 dias e 30 dias: ou seja, se o 1º mês do ano conter 30 dias, o 2º mês terá 29 dias – por causa do ciclo lunar de 29 dias e meio.
Assim, os anos judaicos (de 12 meses – porque também existem anos judaicos com 13 meses) podem conter 353 dias, ou 354 dias ou ainda 355 dias. Ou seja, os anos do calendário judaico possuem no mínimo 5 dias a menos que os 360 dias que eles estabelecem como norma da Escritura para os anos proféticos…
Como bem nos define um site (do qual transcrevo um trecho):
http://aquieuaprendi.blogspot.com/2014/04/calendario-judaico.html
“O calendário hebraico, que é observado até os dias de hoje, é um calendário do tipo lunissolar cujos meses são baseados nos ciclos da Lua, enquanto o ano é adaptado regularmente de acordo com o ciclo solar. Por isso ele é composto alternadamente por anos de 12 ou 13 meses. A palavra “mês” no calendário judaico deriva do radical da palavra “novo”, isto se dá porque o primeiro dia de cada mês é sempre o primeiro dia de lua nova. Nos tempos bíblicos a determinação do começo do mês era realizada pela observação direta de testemunhas designadas para este fim.”
O ano solar possui 365 dias e mais um quarto de dia. Portanto, o ciclo lunar tem que ser ajustado ao calendário solar, de tal forma que as festas judaicas ocorram nas estações corretas. Por ex., Pessach (Páscoa) tem que ocorrer (considerando as estações em Israel), na época da Primavera (o equinócio da primavera tem que estar dentro do mês de Nissan); como Sucot deve ser no outono.
Este ajuste é feito criando-se um ano “embolísmico”, isto é, um ano com 13 lunações. E o nome deste mês adicional é chamado de Adar II (Adar Sheni). Isto é feito por sete vezes num ciclo de 19 anos. E a cada 19 anos, o calendário judaico coincide com o calendário gregoriano.
Anos embolísticos ou longos têm uma duração de 383, 384 ou 385 dias.
As variações dos anos normais (353, 354, 355) e embolísticos (383, 384, 385) são chamados respectivamente “deficiente”, “regular”, “completo”.
Para este ajuste precisamos determinar a diferença de dias entre um ano solar (aproximadamente 365 dias e 6 horas) e o período de 12 meses lunares (aproximadamente 354 dias): ele equivale aproximadamente a 11 dias e 6 horas. (o Ano Lunar tem cerca de onze dias a menos!). Portanto, se ignorarmos inteiramente o Ano Solar, as festas não seriam na mesma época a cada ano com relação à estação do ano, e iriam atrasar onze dias. Em cerca de três anos, sairiam fora de sua respectiva estação por aproximadamente um mês; em nove anos, por cerca de três meses. Pêssach não seria mais na primavera, e sim no inverno; como Sucot seria em pleno verão!
Conforme estabelece também a lei, os judeus são obrigação (pela lei) de celebrar a PÁSCOA (em cada ano por todos os anos) somente na sega do trigo e da cevada que acontece na PRIMAVERA do ano, e aos 14 dias do primeiro mês (chamado abib ou nissan); porque o primeiro mês do ano do calendário judaico só pode recair na primavera do ano.
Ora, nisso a Escritura já definiu tudo!
A saber: todos os dias todos só podem se iniciar ao pôr do sol!
Os meses todos só se iniciam pela lua nova!
E a páscoa só deve ser celebrada na primavera do ano!
E todo o primeiro mês de cada ano deverá cair unicamente na primavera do ano!
Pronto, a Escritura já estabelece tudo!
Deus é quem criou os céus e a terra, e também luminares Maior e Menor (sol, lua) e as estrelas para tempos determinados e estações próprias.
Assim, as estações do ano é que nos define quando e como se contam e se completam os ciclos anuais, de maneira que um ano, conforme as Escrituras Sagradas, só se completa ao se cumprir suas quatro estações: Primavera, Verão, Outono e Inverso.
É assim que a Escritura conta e estabelece os anos todos, sendo ou não sendo bíblicos ou proféticos; sejam nas profecias, seja na Lei; e assim também é que se contam os anos no presente quanto no passado remoto, e também na parte profética.
Principalmente na antiguidade quando ainda a humanidade não obtivesse alcance preciso para precisar o início e fim de cada ano, mas as próprias estações do ano é que lhes notificava, ainda mais sendo-lhes necessária a prática no plantio e na colheita, e isso em cada estação do ano.
Tanto que as festas judaicas todas são realizas nas 2 principais colheitas do ano, uma no início e outra no fim:
“Também guardarás a festa das semanas, que é a festa das primícias da sega do trigo, e a festa da COLHEITA no fim do ano.” (Êxodo 34.22)
Digo isso para mostrar que não tem base a tese de que os anos bíblicos e/ou proféticos conterem exatos 360 dias. Ou que o calendário de Deus tenha meses todos em 30 dias.
Isso é um equívoco.
Os anos bíblicos e proféticos (como queiram intitular) possuem todos (por todos os anos) as 4 estações que Deus criou (primavera, verão, outono e inverno) c/ seus respectivos ciclos.
E podemos até defini-los como idênticos ao calendário (Gregoriano) utilizado por nós, contando-se 365 dias, e um ano bissexto a cada 4 anos, com 366 dias – para manter-se o equilíbrio.
E os judeus, que tinham obrigação de demarcar o início de cada mês conforme as luas novas (intercalando os meses de 29 dias e 30 dias – respectivamente, pela lei); também pela mesma lei eram obrigados a celebrar a páscoa somente na primavera do ano, e no primeiro mês (e aos 14 dias do mês); em suma, o primeiro mês judaico (em todos os anos) só pode recair na primavera.
Assim, eram obrigados a atentar a todas as coisas:
ao pôr do sol;
às luas novas;
como também às estações do ano.
Principalmente a primavera, pois ela era a base que indicava o início de cada ano.
Do contrário a páscoa seria na estação imprópria.
Sem a sega do trigo, e sem as primícias do mesmo…
É por isso que a cada 3 anos do calendário judaico (contendo 12 meses intercalando-se em 29 dias e 30 dias) totalizando-se 353 dias ou 354 ou 355 dias por ano. A cada 3 anos se insere um ano embolístico (ano longo) contendo 13 meses (13 ciclos lunares) c/ duração de 383 dias, ou ainda 384 dias ou ainda 385 dias para equilibrar-se a primavera, e manter-se o equilíbrio c/ o ano solar.